quinta-feira, 15 de setembro de 2011

Scorpions - "Hey You"

‎"Hey you, I'm in love with your eyes"



Depois de muita expectativa, hoje foi finalmente anunciado o concerto de despedida dos Scorpions em palcos portugueses.
Desde o lançamento de "Sting On the Tail", em Março de 2010, que os Scorpions embarcaram naquela que promoveram como a sua última digressão, em promoção ao seu último álbum de originais - precisamente "Sting On the Tail". Segundo a banda, a última digressão dos Scorpions teria que, no mínimo, os levar de volta a todos os locais do Mundo por onde já tinham passado.
Assim, espera-se que a digressão "Get Your Sting and Blackout" só termine lá para 2013.
Em todo o caso, eu não contaria com mais nenhum concerto em Portugal, para além do que foi anunciado hoje: 11 de Novembro no Pavilhão Atlântico, em Lisboa.

Os Scorpions põem assim um ponto final a uma História que tem tanto de longa como de rica. Com uma discografia que atravessou décadas, gerações e registos musicais (sempre de volta do Rock e do Metal), houve sucessos e falhanços. Houve um grande lote de bons trabalhos, alguns deles brilhantes, mas também alguns terríveis. Houve até diversas mudanças da formação. Enfim, em mais de 45 anos, houve um pouco de tudo.
Os Scorpions foram trilhando o seu caminho e souberam sobreviver a tudo isso.

Para marcar a data do anúncio do concerto que põe fim ao capítulo português desta História (capítulo onde figura a gravação de um álbum acústico no Convento do Beato), deixo aqui um tema muito antigo, um dos MUITOS temas que adoro dos Scorpions - "Hey You".


"Hey You" foi lançando em single em 1980, durante a promoção ao álbum "Animal Magnetism", mas foi surpreendentemente excluído nesse álbum. É um tema atípico dos Scorpions, uma vez que é o guitarrista rítmico Rudolph Schenker quem canta os versos, aparecendo o vocalista Klaus Meine apenas no refrão, deixando o mote:

"You're driving me wild! I really die!
I'm in love 100 times! To be your answer..."

Poesia anglo-germânica clássica dos Scorpions.

Tentei encontrar uma explicação para o facto de um tema com a qualidade de "Hey You" ter sido deixado de fora dos álbuns dos Scorpions, mas a minha pesquisa foi inconclusiva.
Aparentemente, o tema terá sido gravado originalmente no Inverno de 1978, nas sessões de "Lovedrive", álbum lançado no início do ano seguinte, em 1979.
Possivelmente, "Hey You" não terá sido terminado a tempo de "Lovedrive", tendo sido recauchutado nas sessões de "Animal Magnetism", mas deixado novamente de fora do álbum. Atentando ao desperdício de deixar um tema desta qualidade nos seus cofres, os Scorpions lá se decidiram pelo seu lançamento como um single "avulso" em 1980.
Note-se que este último parágrafo é apenas vagamente baseado em factos reais.

"Hey You" chegaria ao meu conhecimento apenas através das muitas compilações que os Scorpions foram lançando ao longo dos anos. Nestes álbuns, foram aparecendo alternadamente duas versões diferentes de "Hey You": uma mais curta, com 3:49; e uma mais longa, com 4:30.
A versão que eu conheci originalmente e que eu aprendi a gostar foi a mais curta e é essa que aqui é apresentada.

"Hey You" é uma das grandes malhas dos Scorpions, num registo que eu gosto de classificar como City Night Rock. Um tema perfeito para a condução em cenário urbano, numa quente noite de Verão.

quarta-feira, 14 de setembro de 2011

Queen - "One Year Of Love"

Ainda o efeito terapêutico da música dos Queen.
Hoje sobre a terapia do amor.



"All I can do is surrender to the moment, just surrender..."

Pois é, outra vez os Queen. Eu não sou grande adepto de repetir bandas num curto espaço de tempo (se verificarem na barra do lado direito, percebem que não há muitos marcadores repetidos), mas como já aqui expliquei, os Queen são os Queen.

Hoje acordei com vontade de ouvir Queen. Até aqui nada de novo.
O que decidi colocar? O álbum "A Kind Of Magic" de 1986. Este é para mim um álbum especial, porque retirando as compilações "Greatest Hits I & II" e os álbuns ao vivo "Live Magic" e "Live At Wembley '86", "A Kind Of Magic" foi o meu primeiro álbum de originais dos Queen. Na verdade, era uma velhinha cassete, cuja fita desafiou as leis dos materiais, de tanto uso que teve. E que ainda hoje vive.


Logo depois do fabuloso "One Vision" a abrir (um single lançado a 4 de Novembro de 1985, um dia de enorme relevância para a Humanidade) e do hit "A Kind Of Magic", surge "One Year Of Love".
E o coração fica apertado.

"One sentimental moment in your arms is like a shooting star right through my heart"

Há coisas que não se esquecem. "One Year Of Love" foi a minha primeira balada, andava eu na escola primária. Foi a primeira terapia de amor que conheci.
Foi mais uma, entre tantas outras sensações, que os Queen me proporcionaram ao longo da minha vida com a sua música. Não é à toa que eram a minha banda de eleição quando eu tinha 3 anos e ainda o são hoje.

"Just one year of love is better than a lifetime alone"

"One Year Of Love" é uma das grandes baladas desconhecidas dos Queen. E até foi lançada como o 7º (!!!!!) single do álbum "A Kind Of Magic", mas apenas em Espanha e França, provavelmente aproveitando o buzz criado pelo mega-sucesso da digressão "Magic Tour", que seria a última dos Queen. Em todo o caso, não conseguiu ganhar a notoriedade de outras baladas dos Queen.


"One Year Of Love" é um tema atípico. É um dos poucos temas dos Queen que não tem a presença do seu guitarrista Brian May. No lugar da sua parte de guitarra (e do seu solo) aparece o saxofone de Steve Gregory, o mesmo que tocou o famoso riff de saxofone em "Careless Whisper" de George Michael.

Não deixa de ser cómico que "A Kind Of Magic" seja visto pela maioria da crítica e por muitos fãs, como um dos álbuns mais fracos dos Queen. Ora, um álbum com apenas 9 temas, que pretendeu ser simultaneamente um novo álbum de originais dos Queen e a "banda sonora não oficial" do filme "Highlander", de onde são retirados 7 singles (sim, leram bem: sete!), alguns deles de ENORME sucesso como o tema-título "A Kind Of Magic", "One Vision", "Who Wants To Live Forever", ou "Friends Will Be Friends" e que, mesmo assim, é considerado um produto subpar na discografia dos Queen... É no mínimo notável.